Mãe venezuelana compara creches do Recife à situação de pobreza em seu país em audiência realizada por Felipe Alecrim e parceria com Eduardo Moura
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Foto: Carlos Lima |
Na manhã desta quarta-feira (12), uma audiência pública realizada na Câmara Municipal do Recife trouxe à tona a crise na educação da cidade. O evento, presidido e organizado pelo vereador Felipe Alecrim (NOVO) em parceria com o vereador Eduardo Moura (NOVO), contou com a participação de professores, ex-funcionários de creches conveniadas, conselheiros tutelares, pais de alunos e membros da população. O momento mais impactante veio do depoimento da mãe venezuelana Sahely Gimenez (Foto 2), que, ao tentar matricular sua filha em uma creche do Recife, se disse chocada com a precariedade da estrutura.
“Cheguei em novembro ao Recife e já havia essa propaganda de que tinham creches maravilhosas. Mas ao ver a realidade, fico com medo de deixar minha filha com um estranho. Porque isso (as creches) me faz lembrar meu país”, relatou emocionada. Sua declaração gerou indignação entre os presentes, evidenciando a situação alarmante das unidades de ensino infantil da cidade.
Venezuelana Sahely Gimenez comparou a situação das creches do Recife com a pobreza do seu país. Foto: André Felipe |
A audiência reuniu diversas denúncias sobre a educação no Recife. Pais reclamaram da dificuldade de conseguir vagas para seus filhos e apontaram a falta de fiscalização nas creches conveniadas à prefeitura, muitas das quais se encontram em condições insalubres. O conselheiro tutelar da RPA-6, João José da Silva, também destacou as barreiras enfrentadas para garantir o direito das crianças à educação. “Nosso trabalho é garantir os direitos das crianças, mas estamos encontrando barreiras enormes, especialmente com a falta de vagas e a falta de estrutura adequada nas creches e escolas”, pontuou.
A mesa da audiência foi composta pelo vereador Felipe Alecrim, que presidiu a sessão, pelo vereador Eduardo Moura, que contribuiu significativamente para o debate trazendo números e apresentando vídeos de denúncias feitas por mães, além da professora Manuela Caline, concursada e aguardando nomeação pela prefeitura desde 2023, e por Emerson Larguião, ex-professor da rede. Ambos relataram a falta de planejamento do município para garantir a contratação dos profissionais necessários ao bom funcionamento das escolas. “A prefeitura do Recife não tem respeito pelo professor. Não temos nenhum diálogo. Tínhamos na eleição, mas agora, nenhum”, afirmou Manuela.
Mesmo convidado para o debate, o secretário de Educação do Recife, Fred Amância, não compareceu, tampouco enviou representante ou justificativa para sua ausência, o que gerou revolta entre os participantes.
O vereador Felipe Alecrim criticou a situação da educação no Recife e cobrou providências urgentes. “A educação no Recife está em colapso, e quem mais sofre com isso são as nossas crianças e jovens! Falta vaga, falta material, falta estrutura, falta respeito com quem ensina e com quem aprende. Pais angustiados sem conseguir matricular seus filhos, alunos com deficiência sem o apoio necessário, professores aprovados em concurso esperando há anos para serem chamados. Até quando vamos aceitar esse descaso? Educação não é favor, é direito! E quem não investe na educação do presente está condenando o futuro da cidade. Chega de promessas vazias, o Recife precisa de soluções concretas e urgentes!”, afirmou.
A audiência pública evidenciou a urgência de medidas concretas para reverter a crise na educação do Recife. Os vereadores organizadores reafirmaram o compromisso de seguir cobrando do poder público soluções imediatas para os problemas relatados.
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