Lei de Felipe Alecrim é sancionada e Irmã Adélia passa a dar nome a rua no bairro da Torre, no Recife
O trabalho de evangelização, o apoio moral e material naquela região, começou em 19 de março de 1982, a convite do Padre João, da Paróquia das Graças. Era a concretização do desejo de ter um trabalho mais efetivo com a população mais carente. Até o final da vida, Irmã Adélia se dedicou, com muito afinco, a ajudar as pessoas da comunidade, além de ter conseguido formar uma rede de colaboradores para amparar os moradores da localidade. Desse trabalho surgiu a Creche Nossa Senhora das Graças, contribuindo para o desenvolvimento da linguagem, da personalidade e para a inclusão social das crianças e dos seus tutores. A creche virou escola e, atualmente, recebe alunos de 4 a 6 anos de idade no bairro de Santana, na Zona Norte do Recife, oferecendo educação, fardamento e alimentação gratuitamente.
Ir. Adélia atuando na Vila Santa Luzia - Foto: Acervo Comissão para o Processo de beatificação) |
A Irmã Adélia nasceu em Pesqueira, com o nome civil de Maria da Luz Teixeira de Carvalho, e foi uma das personagens das aparições de Nossa Senhora das Graças iniciadas em 06 de agosto de 1936 no distrito de Cimbres, na mesma cidade, que fica no Agreste pernambucano. Junto com Maria da Conceição Silva (1920-1999), protagonizou um evento que fez parte de uma das principais redes de devoções no mundo ocidental. Em um contexto de dificuldades sociais, de investidas de grupos armados, como o comandado por Virgulino Ferreira (Lampião), as jovens foram testemunhas das mensagens marianas em uma localidade esquecida pelo poder público, com resquícios de um passado marcado pela escravidão e a exploração econômica, cultural e social.
Para Felipe Alecrim, autor do PL que originou a lei que altera o nome da rua, esta é uma justa homenagem a quem tanto se dedicou à Vila Santa Luzia. “A irmã Adélia faz parte da história da vila (Santa Luzia) e seu legado permanece até hoje nos frutos que foram colhidos através do seu trabalho pastoral, social e de evangelização. Para mim, é uma honra poder ser autor dessa lei, porque a partir de agora, a gente eterniza o nome desta futura santa pernambucana, irmã Adélia”, comemora o parlamentar, que também é morador do bairro da Torre e exerce serviço pastoral na paróquia Nossa Senhora do Rosário e Santa Luzia.
A sansão desta lei se deu uma semana depois do postulador da causa, o frei Jociel Gomes, entregar, no Vaticano, na última quinta-feira (17), as documentações levantadas pelo tribunal instalado na Diocese de Pesqueira (PE) para o processo de beatificação da irmã Adélia, que pode se tornar a primeira santa pernambucana, em breve.
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