Para o vereador Felipe Alecrim, números da população de rua do Recife, evidenciam a ineficiência das políticas públicas da prefeitura
No último dia 25 de agosto, o vereador Recife, Felipe Alecrim (PSC), acompanhou o lançamento do Censo da População de Rua do Recife, no Teatro do Parque. Os novos números só comprovam o que o parlamentar já discursava desde o início do mandato e até antes: a falta de equipamentos públicos para atender essa população e a ineficiência dos que já existem, além do crescimento do número de pessoas em situação de rua nos últimos três anos.
Desde que ingressou na Casa de José Mariano, Felipe Alecrim (PSC) cobra insistentemente da Prefeitura do Recife, a divulgação desses números. O último Censo havia sido divulgado em 2019 e de lá para cá, a cidade teve um aumento de 30% de pessoas nas ruas. São 1806 pessoas em situação de rua na cidade e apenas 20% (363) estão em algum serviço de acolhimento, um número menor do que a quantidade de pessoas que foram para as ruas, comparado à última pesquisa. Para Alecrim, não há uma política pública que de fato transforme a realidade dessas pessoas. Vale lembrar que a população da capital pernambucana diminuiu, segundo o último levantamento populacional.
Os números mostram, ainda, que 48% dessa população não está cadastrada em qualquer benefício social e 22% sequer sabe ler e escrever, o que mostra a falta de planeamento e assistência da prefeitura para o cadastro e letramento dessas pessoas. Segundo a secretária executiva de Assistência Social do Recife, Geruza Felizardo, em entrevista recente, a prefeitura ainda "vai desenhar uma estratégia para incluí-las". O questionamento que fica é: por que essa ação já não foi feita?
Para Felipe Alecrim, que defende essa causa durante toda sua vida política, não há, por parte da prefeitura, nada concreto que mude essa situação na cidade. Os números só cresceram e pouco ou quase nada foi feito em termos de políticas públicas na cidade. É importante ressaltar que o vereador aprovou requerimentos na Câmara dos Vereadores, que pedem a construção de equipamentos públicos de higiene pessoal e serviço odontológico para essa população e que, até o presente momento, não foram atendidos.
O parlamentar também lembrou que é preciso descentralizar os serviços e equipamentos na capital pernambucana, para atender a população carente e citou que o Censo deveria ocorrer anualmente. “Deveria haver a descentralização dos centros POPs e do restaurante popular porque em cada bairro hoje da cidade vivem famílias nessa situação. A zona sul teve um aumento considerável. Há muitos anos esse Censo não era entregue e a cada ano a realidade muda. Nós precisamos cobrar para que todos os anos esses números sejam trazidos para que nós possamos mudar essa realidade aqui, na cidade do Recife”, ressaltou.
Os equipamentos que existem atualmente, não conseguem atender a demanda, pois, além de serem insuficientes, estão precários. Um dos restaurantes populares, do bairro de São José, está fechado por conta de desabamento de parte do teto. Os Centros POPs são limitados e burocráticos. As casas de acolhimento não oferecem o aparato necessário que atenda as necessidades dessa população. Não há um trabalho de reintegração psicossocial e de ressocialização, muito menos de profissionalização, apesar de os números mostrarem que 85% dessas pessoas, estão em situação economicamente ativa.
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